Pular para o conteúdo principal

Rolling Stones

Pois eu não fui ver o Paul McCartney.
Aliás não me fez falta nenhuma apesar de toda admiração que tenho pelas canções dos Beatles, mas sempre me identifiquei mais com o John Lennon.
Dos vivos do rock, só sairia de casa para encarar fila de compra de ingressos se fosse para assistir a um show dos Rolling Stones. E tem que ser logo, porque o Mick Jagger já está meio velhinho para dançar e correr pelo palco daquele jeito, mas ainda o faz.
E o Keith Richards fumando como um morcego? Meu ídolo.

Os Rolling Stones são um fenômeno único e, segundo ouvi dizer, virão a Porto Alegre.
Tudo mudou nos últimos quarenta anos - caiu o Muro de Berlim, as Torres Gêmeas, o Fidel Castro, todas as velhas bandas foram desfeitas - apenas os Rolling Stones seguem na estrada.
Esta é a Terceira Idade que qualquer mortal pediria a Deus.

Quanto ao show do Paul, ninguém diga que estou sendo injusto, pois quem assistiu ficou hipnotizado pela apresentação do eterno Beatle, que permaneceu no palco por três horas cantando os maiores sucessos do Quarteto de Liverpool, suas mais belas e conhecidas canções da carreira posterior com a mulher Linda e a Banda Wings, além de se esforçar para falar em português com o público, sem faltar o indefectível bordão que João Paulo II imortalizou: eu sou gaúcho!

Vou esperar os Rolling Stones para enfrentar o congestionamento dos acessos à internet e dar plantão na frente do local do show a espera de abertura das bilheterias. Depois entrarei no estádio como quem adentra uma mítica catedral do tempo e curtirei cada momento de cada canção, conectado à minha velha rebeldia, hoje domesticada, gritando bem alto a meia dúzia de versos que aprendi dizer corretamente, entre eles:
- I can’t get no... Satisfaction... And I try, and I try!

Ver os Rolling Stones me reabilitará moralmente com a Neca, que flagrei emocionada assistindo a reportagem sobre o show do Paul no dia seguinte. Ao ver que eu a observava me fitou com olhos marejados e disse que eu poderia ter me esforçado um pouquinho para garantir nosso ingresso neste evento histórico, como um presente de namorado após tantos anos de vida conjugal.
Ai, ai... Espero que os Stones não demorem muito para se apresentar por aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ainda Estou Aqui

Com minhas desculpas ao Marcelo Rubens Paiva e ao Walter Salles, me utilizo do título do livro/filme tão em pauta nestes dias que antecedem a entrega do Oscar, para marcar meu retorno à rotina de escrever no meu blog. Foi difícil voltar. A poeira cobriu tudo com grossas camadas e para deixar o ambiente limpo, arejado e propício para este retorno foi preciso uma determinação férrea e uma coerência refletida, qual seja a de retomar o antigo blog e seguir a partir dele, porque o hiato de tempo sumido foi grande, parecia definitivo mas não foi e, ao retomar as crônicas quero preservar o que eu já havia feito. Os tempos mudaram, eu mudei em muitos aspectos, mas ainda sou a mesma pessoa, esta é a coerência que desejo preservar. A grande novidade é que neste ínterim, eu envelheci, não como metáfora mas como fato da vida. Escrevi minhas últimas crônicas aos cinquenta e poucos anos, retorno agora já bem próximo dos setenta, antes em plena atividade profissional e morando em Porto Alegre, agora ...

O Rei, o Mago, o Bardo e o Bobo.

Eles se encontraram por um breve tempo às bordas da floresta alta, nas franjas verdes do grande vale. O Rei, sempre magnânimo com todos que mostravam admiração e simpatia por suas ideias e preleções, contratou o Bobo para escrever suas memórias. O Mago que conhecia o Rei de muitas luas procurava descobrir as conexões emocionais com os novos amigos e celebrar as revelações deste encontro. O Bardo só queria levar suas canções e melodias ao coração de todos, especialmente ao do Rei, para o qual compôs uma bela ode. O Bobo amava os encontros e se divertia em pregar peças no Rei e propor charadas aos companheiros, mas também se emocionava e se encantava com os novos amigos e os seus talentos. Tudo andava de forma mágica e envolvente até o dia em que o Rei, olhou severo para o Bobo e sentenciou:  - Você distorce tudo o que eu digo, duvida de tudo que eu sigo e escreve somente a tua versão das coisas que eu lhe relato! Me sinto desrespeitado e quero que você saiba disso. A partir dali os ...

Velhas fotos coloridas

 Hoje aproveitei a chuva e o tempo gris para remexer nos velhos arquivos fotográficos que a Neca, minha namorada desde as Diretas Já, guarda com todo zelo e carinho. Minha busca, os amigos e os encontros com eles. E lá estavam, uma profusão de conexões, quase todas em celebrações diversas. É incrível como fazíamos festas, a vida era uma festa. E olha que problemas existiam e nunca foram poucos, mas tínhamos a juventude e o seu apetite insaciável por viver e se reunir. As fotos ainda conservam, em sua maioria, um colorido vivo impresso no papel fotográfico. Ninguém portava telefone celular, quando muito uma  câmera fotográfica ou uma filmadora. E a gente dançava, se fantasiava, ia para a praia em bando, comíamos muito, jogávamos qualquer coisa para passar as tardes de chuva enquanto alguém preparava bolinhos, sonhos, bolos e, é claro, pipoca. Bebíamos, éramos beberrões de cerveja, de batidinhas e boa parte de nós, fumava. Alguns, eu entre eles, não somente cigarros. E a gente v...