Com minhas desculpas ao Marcelo Rubens Paiva e ao Walter Salles, me utilizo do título do livro/filme tão em pauta nestes dias que antecedem a entrega do Oscar, para marcar meu retorno à rotina de escrever no meu blog.
Foi difícil voltar.
A poeira cobriu tudo com grossas camadas e para deixar o ambiente limpo, arejado e propício para este retorno foi preciso uma determinação férrea e uma coerência refletida, qual seja a de retomar o antigo blog e seguir a partir dele, porque o hiato de tempo sumido foi grande, parecia definitivo mas não foi e, ao retomar as crônicas quero preservar o que eu já havia feito. Os tempos mudaram, eu mudei em muitos aspectos, mas ainda sou a mesma pessoa, esta é a coerência que desejo preservar.
A grande novidade é que neste ínterim, eu envelheci, não como metáfora mas como fato da vida.
Escrevi minhas últimas crônicas aos cinquenta e poucos anos, retorno agora já bem próximo dos setenta, antes em plena atividade profissional e morando em Porto Alegre, agora aposentado e vivendo na calmaria de Nova Petrópolis. Um jovem aposentado, ou como costumo brincar um personagem da categoria dente-de-leite da terceira idade.
Mas esta última década foi tão intensa quanto um século de outros tempos.
Tanta coisa mudou e segue em avassaladora transformação, saímos dos emails para o imediatismo do whatsapp, para os vídeos do instagram que aboliram o texto como linguagem principal e para o individualismo narcisista de novas lideranças tribais, os chamados influenciadores.
Além da ainda não bem decodificada inteligência artificial e o mundo sacudido por uma profunda polarização e sinais claros de mudanças profundas na ordem mundial do planeta.
Mas eu vou me ocupar mais das questões existenciais, das idiossincrasias que fazem de cada pessoa um tema maravilhoso e infindável. O fantástico universo de cada um.
A gente se verá por aqui, olharemos para o nosso próprio reflexo e nem sempre com gravidade, porque rir é bom, mas como diz na canção do Frejat "rir de tudo é desespero".
Espero receber comentários, críticas e colaborações.
A interlocução ainda é a essência da comunicação.
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