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Mostrando postagens de agosto, 2014

O clube do inferno.

O século XVIII, auge do iluminismo, foi também a era em que o cinismo intelectual das elites se alçou às formas organizadas de diversão amoral para seletos convivas. O estilo rococó dominava todas as artes, da arquitetura de Versalhes à pintura de Goya. Na França Fragonard, Boucher e Watteau, cada um a seu tempo, pintavam o hedonismo da corte e da nobreza em geral. Tempos de Casanova e Marquês de Sade. Tanta exuberância e vaidade foi se impregnando do escárnio às sacralidades, especialmente às de fundamentação católica romana e anglicana, da Grã-Bretanha, consequentemente desprezando seus dogmas. Entre as expressões mais desafiadoras aos poderes constituídos daquele século, surgiram na Inglaterra clubes formados por gente acima de qualquer suspeita - nobres hedonistas, ricos burgueses, artistas renomados e até mesmo clérigos poderosos - onde se praticavam orgias com prostitutas vestidas de freiras, todos se tratavam pelo rito de "irmão" e tinham como lema, em francês anti