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Mostrando postagens de outubro, 2013

Ao patrocinador

A quem se interessar em ser o mecenas da minha felicidade. Sou uma pessoa de bem com a vida, mantenho pequenos vícios sem culpa e gosto muito daquelas pessoas que considero essenciais no roteiro da minha existência, sendo capaz de quaisquer sacrifícios para ter a satisfação de vê-las bem e felizes. Considero meus amigos um patrimônio intangível de primeira grandeza e, embora tenha um visceral estilo low profile, gosto da minha profissão. Dito isto, devo dizer que não tenho aquele tipo de sonho "coisas para fazer ou lugares para visitar antes de morrer". Se der eu faço, se puder eu vou, mas se não for possível eu me garanto feliz com o que está ao meu alcance, indo até onde meu carro me levar e aonde minha intuição apontar. Não sou conformado, apenas não gosto de ser programado. Então, após um cálculo bastante heterodoxo, estabeleci que o valor do meu patrocínio para seguir despreocupado, além de feliz que já sou, é de 1 milhão e 400 mil reais, que aceito receber em m

A última jornada

A morte levou meu pai no auge da sua juventude, tinha 33 anos quando foi vitimado por uma leucemia severa, impedindo que acompanhasse o crescimento dos filhos, eu com dois anos e meio e meu irmão com pouco mais de um ano. Para compensar, a vida me deu duas mães. Lorita, minha mãe biológica, lutadora incansável que sempre superou suas limitações financeiras para dar uma vida decente e um futuro melhor para seus filhos e netos. E Zenóbia, minha sogra, que por quase três décadas morou comigo e minha esposa, uma convivência rica e tumultuada, provando que algumas pessoas têm uma forma rara de afinidade natural, capaz de transformar rusgas em cumplicidade. Em 2013, as matriarcas da minha vida entraram em colapso, sendo internadas em residenciais para idosos quase ao mesmo tempo. Lorita em Gramado e Zenóbia em Porto Alegre. Minha mãe, embora mais jovem, 77 anos, atingiu um estágio avançado e terminal do Mal de Parkinson, aprisionada em uma cadeira de rodas, necessita de cu

2013

Os maias previram o fim de um ciclo para o final de 2012. Milhares de leituras e interpretações do calendário maia pipocaram através da web, em publicações impressas, documentários e rodas de conversas pelo mundo. Enfim, o sol se pôs na data limite e amanheceu no dia seguinte a despeito de tudo. Mas vamos admitir que 2013 está sendo um ano punk. Aqui no sul começou com a tragédia de Santa Maria e depois foi a vez do Mercado Público de Porto Alegre, duas vezes com o fogo sendo o elemento do terror. Falo com conhecidos e amigos, ouvindo relatos de um ano difícil, a economia emperrada às vésperas da Copa do Mundo, o pessoal da hotelaria desestimulado com o que seria o grande ano da véspera. Manifestações gigantescas com o povo nas ruas desmascarando a imagem do país que se dizia a grande efervescência de prosperidade, liberdade e grandes perspectivas. O milionário símbolo da pujança nacional afundando vertiginosamente na cotação das bolsas, simbolizando a fragilidade do f