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Mostrando postagens de junho, 2011

Os danos reais

Haja saúde mental para suportar tanta loucura produzida em série. Quanto mais leio ensaios literários que mergulham de forma arguta e embasada em quaisquer períodos históricos da humanidade, mais me convenço do flagelo que as pessoas comuns são submetidas diante dos experimentos criados pelos príncipes do poder econômico e os soberanos do comando político. Não existe rede de proteção para quem deseja viver de forma simples e construir uma trajetória existencial calcada apenas em trabalho e laços afetivos comuns. Tudo acaba adulterado, deturpado ou aliciado pelos devaneios de quem domina o tabuleiro das gigantescas movimentações de recursos humanos e materiais. Pobres dos peões, peças sempre sacrificadas como cobaias nos experimentos. Assim caminha a humanidade, cheia de sentimentalismos e práticas assassinas. Acredito que somos a única espécie animal portadora de loucura inata. Por conta dos estereótipos impostos nestas absurdas experiências coletivas são produzidas anomalias banais, c

Ghostwriter

Recebi um convite para ser ghostwriter de uma futura publicação. É bem verdade que se trata de uma obra de autoajuda, ou mais exatamente uma autobiografia com ênfase na superação construtiva de sentimentos de inferioridade do tipo que marcam a infância e a adolescência de um terço da humanidade. Não é meu gênero preferido. Gosto mesmo é de literatura pura, mas também leio alguns ensaios e biografias bem escritas. Recebi com alegria e gratificação este convite. O autor é um profissional da área médica que já publicou duas obras direcionadas ao público relacionado com suas atividades e pesquisas. Agora deseja falar com o leigo, mais ainda, com pessoas de idades e atividades diversas, apresentando sua experiência de vida como alternativa menos neurótica e bem mais positiva de como lidar com a vivência acachapante do bullying. A proposta nasceu da avaliação positiva que ele fez sobre uma resenha singela que redigi para o lançamento do seu segundo livro e postei no blog de um grande jornal

Bullying

Jogo futsal duas vezes por semana. Entenda-se que eu me divirto na pelada de quadra sem quaisquer pretensões boleiras às segundas e quintas, carregando estoicamente meus quase cem quilos, arrastando a perna direita devido a um joelho sequelado e com os movimentos prejudicados no braço esquerdo por conta de uma bursite que vai e volta a me assombrar desde o século vinte. Mas faço gols. Esta é a minha vingança. Sou bem mais velho que os demais parceiros, o mais próximo é seis anos mais novo que eu. Agora estou comemorando o retorno do Sérgio, que com seus 59 anos me deixará em lugar mais discreto nesta comparação etária. Ou seja, seremos os dois velhos da resistência. Outro dia o Hélio voltou ao convívio do futebol, depois de semanas de desaparecimento. Hélio tem dez anos a menos do que eu e joga uma bolinha abaixo da crítica, porém é dono de uma auto estima invejável, característica que lhe permite aconselhar qualquer pessoa que estiver necessitando da sua privilegiada inteligência prát