Jogo futsal duas vezes por semana.
Entenda-se que eu me divirto na pelada de quadra sem quaisquer pretensões boleiras às segundas e quintas, carregando estoicamente meus quase cem quilos, arrastando a perna direita devido a um joelho sequelado e com os movimentos prejudicados no braço esquerdo por conta de uma bursite que vai e volta a me assombrar desde o século vinte.
Mas faço gols. Esta é a minha vingança.
Sou bem mais velho que os demais parceiros, o mais próximo é seis anos mais novo que eu. Agora estou comemorando o retorno do Sérgio, que com seus 59 anos me deixará em lugar mais discreto nesta comparação etária. Ou seja, seremos os dois velhos da resistência.
Outro dia o Hélio voltou ao convívio do futebol, depois de semanas de desaparecimento.
Hélio tem dez anos a menos do que eu e joga uma bolinha abaixo da crítica, porém é dono de uma auto estima invejável, característica que lhe permite aconselhar qualquer pessoa que estiver necessitando da sua privilegiada inteligência prática.
No seu retorno à quadra, Hélio reapresentou sua conhecida técnica “libélula deslumbrada”, mas viveu uma jornada à moda Adriano Gabiru e marcou três gols, estranhos é verdade.
Tão feliz ficou que, ao fim da pelada quando todos foram embora, se instalou sozinho no bar para bebemorar sua brilhante participação na jornada esportiva.
No dia seguinte, diante do mini mercado que concentra oitenta por cento dos nossos atletas, Hélio me chamou a um canto para fazer uma observação particular.
Com voz compenetrada me advertiu que preciso emagrecer urgentemente, porque percebeu minha dificuldade de locomoção na quadra e só não me falou na hora para evitar um constrangimento.
Como se diz na linguagem da galera de hoje: “totalmente sem noção”.
Já no próximo encontro do futebol a realidade retornou ao corpo do nosso Gabiru.
Notei que ele não insistiu em saber das minhas providências para emagrecer, mas prevejo que em breve serei presenteado com algumas dicas fantásticas de como reduzir o peso, algo do gênero “comer uma colher de farinha de mandioca em jejum todas as manhãs”.
Enquanto aguardo a orientação nutricional do Hélio sigo fazendo meus gols e ouvindo piadas da torcida, que debocha da minha corrida trôpega mas não me xinga de gordo.
Gordo não! Aí é demais, acho até que caracteriza bullying.
Entenda-se que eu me divirto na pelada de quadra sem quaisquer pretensões boleiras às segundas e quintas, carregando estoicamente meus quase cem quilos, arrastando a perna direita devido a um joelho sequelado e com os movimentos prejudicados no braço esquerdo por conta de uma bursite que vai e volta a me assombrar desde o século vinte.
Mas faço gols. Esta é a minha vingança.
Sou bem mais velho que os demais parceiros, o mais próximo é seis anos mais novo que eu. Agora estou comemorando o retorno do Sérgio, que com seus 59 anos me deixará em lugar mais discreto nesta comparação etária. Ou seja, seremos os dois velhos da resistência.
Outro dia o Hélio voltou ao convívio do futebol, depois de semanas de desaparecimento.
Hélio tem dez anos a menos do que eu e joga uma bolinha abaixo da crítica, porém é dono de uma auto estima invejável, característica que lhe permite aconselhar qualquer pessoa que estiver necessitando da sua privilegiada inteligência prática.
No seu retorno à quadra, Hélio reapresentou sua conhecida técnica “libélula deslumbrada”, mas viveu uma jornada à moda Adriano Gabiru e marcou três gols, estranhos é verdade.
Tão feliz ficou que, ao fim da pelada quando todos foram embora, se instalou sozinho no bar para bebemorar sua brilhante participação na jornada esportiva.
No dia seguinte, diante do mini mercado que concentra oitenta por cento dos nossos atletas, Hélio me chamou a um canto para fazer uma observação particular.
Com voz compenetrada me advertiu que preciso emagrecer urgentemente, porque percebeu minha dificuldade de locomoção na quadra e só não me falou na hora para evitar um constrangimento.
Como se diz na linguagem da galera de hoje: “totalmente sem noção”.
Já no próximo encontro do futebol a realidade retornou ao corpo do nosso Gabiru.
Notei que ele não insistiu em saber das minhas providências para emagrecer, mas prevejo que em breve serei presenteado com algumas dicas fantásticas de como reduzir o peso, algo do gênero “comer uma colher de farinha de mandioca em jejum todas as manhãs”.
Enquanto aguardo a orientação nutricional do Hélio sigo fazendo meus gols e ouvindo piadas da torcida, que debocha da minha corrida trôpega mas não me xinga de gordo.
Gordo não! Aí é demais, acho até que caracteriza bullying.
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