Eles se encontraram por um breve tempo às bordas da floresta alta, nas franjas verdes do grande vale.
O Rei, sempre magnânimo com todos que mostravam admiração e simpatia por suas ideias e preleções, contratou o Bobo para escrever suas memórias.
O Mago que conhecia o Rei de muitas luas procurava descobrir as conexões emocionais com os novos amigos e celebrar as revelações deste encontro.
O Bardo só queria levar suas canções e melodias ao coração de todos, especialmente ao do Rei, para o qual compôs uma bela ode.
O Bobo amava os encontros e se divertia em pregar peças no Rei e propor charadas aos companheiros, mas também se emocionava e se encantava com os novos amigos e os seus talentos.
Tudo andava de forma mágica e envolvente até o dia em que o Rei, olhou severo para o Bobo e sentenciou:
- Você distorce tudo o que eu digo, duvida de tudo que eu sigo e escreve somente a tua versão das coisas que eu lhe relato! Me sinto desrespeitado e quero que você saiba disso.
A partir dali os saraus definharam, os outros encontros minguaram até acabar de vez.
O Bardo guardou o violão, o Mago voltou ao seu lugar lugar de magias, o Rei se calou por um tempo mas logo retornou ao seu púlpito de divagações.
E o Bobo, ah o Bobo perdeu seu lugar na corte e se recolheu ao cínico refúgio do ceticismo que ilumina os seus dias. E se confortou nas doces rotinas vividas com sua amada mulher, seu cão e e seus dois gatos.
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