O século XVIII, auge do iluminismo, foi também a era em que o cinismo intelectual das elites se alçou às formas organizadas de diversão amoral para seletos convivas.
O estilo rococó dominava todas as artes, da arquitetura de Versalhes à pintura de Goya. Na França Fragonard, Boucher e Watteau, cada um a seu tempo, pintavam o hedonismo da corte e da nobreza em geral. Tempos de Casanova e Marquês de Sade.
Tanta exuberância e vaidade foi se impregnando do escárnio às sacralidades, especialmente às de fundamentação católica romana e anglicana, da Grã-Bretanha, consequentemente desprezando seus dogmas.
Entre as expressões mais desafiadoras aos poderes constituídos daquele século, surgiram na Inglaterra clubes formados por gente acima de qualquer suspeita - nobres hedonistas, ricos burgueses, artistas renomados e até mesmo clérigos poderosos - onde se praticavam orgias com prostitutas vestidas de freiras, todos se tratavam pelo rito de "irmão" e tinham como lema, em francês antigo, Fais ce que voudras (faça o que quiser).
O mais importante de todos estes clubes foi fundado por Sir Francis Dashwood, Chanceler do Tesouro de Sua Majestade, um hedonista excêntrico que construiu uma sede secreta sobre as ruínas da Abadia de Medmenhan, onde ele e seus confrades deleitavam-se com bebedeiras, banquetes e mulheres, ficando conhecidos na posteridade como os Frades de Medmenhan.
Depois de algum tempo, Dashwood decidiu criar uma rede de alcovas para práticas sexuais em sinistras cavernas na sua propriedade, no condado de West Wycombe, ainda existentes e acessíveis à visitação.
Os clubes do inferno foram desfeitos e reconstruídos a partir deste período, mudando de mãos, nomes, estilos e abrangências, mas sobreviveram ao tempo e ganharam suas versões atuais e secretas.
Assim segue a civilização, buscando o prazer, a espiritualidade, o poder e a riqueza.
Tudo ao mesmo tempo, se possível juntos e agora.
Há que se fazer escolhas.
Por isto é, e será sempre, uma conquista significativa para o indivíduo humano, se manter razoavelmente equilibrado em meio ao apelo de tantas loucuras e às ideologias de todos os tipos, fazendo de uma vida simples e do afeto verdadeiro um paraíso particular possível, onde possa resistir à descrença em sua própria autonomia.
O estilo rococó dominava todas as artes, da arquitetura de Versalhes à pintura de Goya. Na França Fragonard, Boucher e Watteau, cada um a seu tempo, pintavam o hedonismo da corte e da nobreza em geral. Tempos de Casanova e Marquês de Sade.
Tanta exuberância e vaidade foi se impregnando do escárnio às sacralidades, especialmente às de fundamentação católica romana e anglicana, da Grã-Bretanha, consequentemente desprezando seus dogmas.
Entre as expressões mais desafiadoras aos poderes constituídos daquele século, surgiram na Inglaterra clubes formados por gente acima de qualquer suspeita - nobres hedonistas, ricos burgueses, artistas renomados e até mesmo clérigos poderosos - onde se praticavam orgias com prostitutas vestidas de freiras, todos se tratavam pelo rito de "irmão" e tinham como lema, em francês antigo, Fais ce que voudras (faça o que quiser).
O mais importante de todos estes clubes foi fundado por Sir Francis Dashwood, Chanceler do Tesouro de Sua Majestade, um hedonista excêntrico que construiu uma sede secreta sobre as ruínas da Abadia de Medmenhan, onde ele e seus confrades deleitavam-se com bebedeiras, banquetes e mulheres, ficando conhecidos na posteridade como os Frades de Medmenhan.
Depois de algum tempo, Dashwood decidiu criar uma rede de alcovas para práticas sexuais em sinistras cavernas na sua propriedade, no condado de West Wycombe, ainda existentes e acessíveis à visitação.
Os clubes do inferno foram desfeitos e reconstruídos a partir deste período, mudando de mãos, nomes, estilos e abrangências, mas sobreviveram ao tempo e ganharam suas versões atuais e secretas.
Assim segue a civilização, buscando o prazer, a espiritualidade, o poder e a riqueza.
Tudo ao mesmo tempo, se possível juntos e agora.
Há que se fazer escolhas.
Por isto é, e será sempre, uma conquista significativa para o indivíduo humano, se manter razoavelmente equilibrado em meio ao apelo de tantas loucuras e às ideologias de todos os tipos, fazendo de uma vida simples e do afeto verdadeiro um paraíso particular possível, onde possa resistir à descrença em sua própria autonomia.
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