Os religiosos e os comerciantes que me perdoem, mas odeio Natal.
Quando chega esta época do ano já me preparo para enfrentar as duas situações que mais abomino no calendário gregoriano, o calorão infernal do verão gaúcho e as festas natalinas que só acabam na euforia irracional do ano novo.
Vou me fixar no Natal, que para mim é a expressão máxima da torração de paciência.
Tudo bem que as crianças precisam desta atmosfera mágica e de todo encantamento que ela traz consigo para o imaginário da infância.
Mas vamos combinar que é um período que deixa a população meio esquizofrênica sem falar na mídia que abusa daquelas matérias melodramáticas sobre os milagres natalinos, parecendo que a humanidade inteira virou a Madre Teresa de Calcutá.
É impossível entrar em qualquer shopping depois da metade de dezembro, as cidades ficam copiando idéias umas das outras e achando que o seu evento é o supra sumo da criatividade. O resultado é um mar de avenidas, ruas e praças infestadas daquelas luzinhas piscantes, um magnífico espetáculo de gosto duvidoso.
A minha querida Serra Gaúcha fica inacessível para se fazer aquele tranqüilo passeio para rever os parentes e os velhos amigos, é tanto trânsito que os sete quilômetros entre Canela e Gramado podem significar uma hora de torturante engarrafamento.
As pessoas se acotovelando, comprando feito desatinadas e ainda tem o grand finale, a ceia de Natal. Toda família reunida, quase toda porque metade normalmente já não se fala faz muito tempo, que dirá se reunir.
Mas o espírito da data supera tudo, põe-se para tocar aquele cd que tem Noite Feliz e depois é só abrir os espumantes. Alguém conhece melodia mais triste do que a tal de Noite Feliz?
Três cálices de champanha depois começam as ligações e as choradeiras, mas até aí é a parte boa, depois é que o bicho pega. Todo mundo já comeu e a conversa está pra lá de alcoolizada. Pronto, vem a lavação de roupa suja.
Você jurou que não vai cair nesta armadilha, mas não tem jeito. Por que aquele imbecil do teu cunhado tinha que tocar naquele assunto? Acabou-se a alegria, sai todo mundo de fininho e cara amarrada. Que noite feliz!
Enquanto isto há mais de dois mil anos, Jesus estava lá, um bebê aninhado em meio às palhas de um humilde estábulo. José e Maria ainda nem sabiam o que seria das suas vidas, mas aceitavam as revelações da sua fé e entrega a Deus. Abençoados por terem sido eleitos os genitores do Filho de Deus. Criar o Messias era uma missão e tanto. Aliás, deve ser a primeira fecundação sem sexo de que se tem notícia, reunindo adoção e barriga de aluguel, tudo no mesmo pacote. Olha que coisa atual.
A religiosidade do Natal nos faz olhar o próximo de um jeito mais fraterno e refletir sobre a essência da fé. Mas a programação da tevê acaba com qualquer boa vontade.
Mesmo assim, que este Natal seja um dia de muita paz, saúde e alegria para compartilharmos com as pessoas próximas. Ah, eu ia me esquecendo do foguetório.
Não tem jeito, Natal é muito chato.
Quando chega esta época do ano já me preparo para enfrentar as duas situações que mais abomino no calendário gregoriano, o calorão infernal do verão gaúcho e as festas natalinas que só acabam na euforia irracional do ano novo.
Vou me fixar no Natal, que para mim é a expressão máxima da torração de paciência.
Tudo bem que as crianças precisam desta atmosfera mágica e de todo encantamento que ela traz consigo para o imaginário da infância.
Mas vamos combinar que é um período que deixa a população meio esquizofrênica sem falar na mídia que abusa daquelas matérias melodramáticas sobre os milagres natalinos, parecendo que a humanidade inteira virou a Madre Teresa de Calcutá.
É impossível entrar em qualquer shopping depois da metade de dezembro, as cidades ficam copiando idéias umas das outras e achando que o seu evento é o supra sumo da criatividade. O resultado é um mar de avenidas, ruas e praças infestadas daquelas luzinhas piscantes, um magnífico espetáculo de gosto duvidoso.
A minha querida Serra Gaúcha fica inacessível para se fazer aquele tranqüilo passeio para rever os parentes e os velhos amigos, é tanto trânsito que os sete quilômetros entre Canela e Gramado podem significar uma hora de torturante engarrafamento.
As pessoas se acotovelando, comprando feito desatinadas e ainda tem o grand finale, a ceia de Natal. Toda família reunida, quase toda porque metade normalmente já não se fala faz muito tempo, que dirá se reunir.
Mas o espírito da data supera tudo, põe-se para tocar aquele cd que tem Noite Feliz e depois é só abrir os espumantes. Alguém conhece melodia mais triste do que a tal de Noite Feliz?
Três cálices de champanha depois começam as ligações e as choradeiras, mas até aí é a parte boa, depois é que o bicho pega. Todo mundo já comeu e a conversa está pra lá de alcoolizada. Pronto, vem a lavação de roupa suja.
Você jurou que não vai cair nesta armadilha, mas não tem jeito. Por que aquele imbecil do teu cunhado tinha que tocar naquele assunto? Acabou-se a alegria, sai todo mundo de fininho e cara amarrada. Que noite feliz!
Enquanto isto há mais de dois mil anos, Jesus estava lá, um bebê aninhado em meio às palhas de um humilde estábulo. José e Maria ainda nem sabiam o que seria das suas vidas, mas aceitavam as revelações da sua fé e entrega a Deus. Abençoados por terem sido eleitos os genitores do Filho de Deus. Criar o Messias era uma missão e tanto. Aliás, deve ser a primeira fecundação sem sexo de que se tem notícia, reunindo adoção e barriga de aluguel, tudo no mesmo pacote. Olha que coisa atual.
A religiosidade do Natal nos faz olhar o próximo de um jeito mais fraterno e refletir sobre a essência da fé. Mas a programação da tevê acaba com qualquer boa vontade.
Mesmo assim, que este Natal seja um dia de muita paz, saúde e alegria para compartilharmos com as pessoas próximas. Ah, eu ia me esquecendo do foguetório.
Não tem jeito, Natal é muito chato.
Comentários
muito 10!
bjs
Ana
Marcia Macedo