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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Só falta você

Ê-ê-ê-ê, só falta você, capricha no samba pra gente vencer! Este era o refrão do samba enredo que o último bloco de carnaval do qual fiz parte, nos meus tempos de juventude e solteirice na cidade de Canela, levou para a competição de blocos do Clube Serrano. O tema escolhido foi Luzes da Ribalta, uma homenagem a Charles Chaplin, eu fui incumbido dos desenhos das alegorias e estandartes, além de atuar como Carlitos em uma cena especialmente feita para a apresentação no clube. Por algum motivo acho que exagerei na dramaticidade, era uma cena inspirada no filme O Garoto, interpretado pelo Paulo Rizzo, pois quando encerramos a performance (que incluía um violinista tocando Smile enquanto a bateria permanecia em silêncio), irromperam os aplausos mas as pessoas choravam copiosamente. Acho que ganhamos o prêmio de criatividade e inovação, mas foi o fim da minha vida de momo. Antes participei de um bloco chamado Inimigos do Ritmo, que assumidamente não era lá estas coisas com ritmo e mar

A casca que nos protege

É provável que a história oficial da humanidade tenha entrado em uma nova era. O fim do período histórico anterior poderá ficar datado entre o surgimento da internet e o lançamento dos smartphones, a partir dos quais todas as barreiras da intercomunicação caíram definitivamente. Se isto de fato se comprovar, nossa geração está vivendo o início de um ciclo desconhecido, no qual tudo é possível, desde a confirmação das nossas melhores perspectivas [como viver mais de 100 anos em média] até o oposto radical [defrontarmos com um caos planetário em menos de um século]. Existem sinais claros que reforçam ambas possibilidades. Alea jacta est! Junto com este novo contexto, voltamos às lutas tribais nos países pobres, vivenciamos uma luta mortal entre o mundo civilizado e rico contra o mundo antigo, religioso e pobre. Aqui nos trópicos sul americanos a praga vem da falsidade perversa com que forjamos a nossas culturas nacionais, onde desejamos ser a Suécia mas praticamos uma polí

Rue de Fleurus, 27.

Qual é a motivação principal para se fazer uma viagem? Durante a maior parte da minha vida eu tive a sensação de que não precisaria conhecer in loco nenhum lugar do mundo, porque minhas paisagens próprias e próximas me bastavam. O custo financeiro, os longos percursos, a mudança da alimentação e o afastamento da minha casa, dos meus bichos e das minhas rotinas, justificavam suficientemente o meu desinteresse em viajar. Além disto tudo, considerava que conhecer a história, a cultura e os costumes de cidades e nações, incluindo aí as minhas preferências, era uma viagem muito mais "real" ao ser realizada através da arte, especialmente da literatura e dos grandes escritores. Conjugando o texto vivo com obras audiovisuais, especialmente o cinema, e as boas reproduções gráficas das outras artes, bem catalogadas e legendadas, eu possuia o melhor conhecimento e a mais viva experiência sobre os aspectos mais relevantes de qualquer lugar, povo e suas idiossincrasias. Assim os p