Faz pouco tempo que compreendi como foi que São
Pedro ficou com as chaves da Santa Igreja, tendo negado conhecer o Cristo por
três vezes na noite em que os romanos iniciaram as autuações, da então provavelmente batizada,
Operação Crucifixo.
Amarelou?
Essa foi a imagem que ficou estampada nos
textos dos apóstolos que redigiram o Novo Testamento, e eram quatro fontes
diferentes, depois vieram os padres e a repetiram infinitamente, mesmo assim o
prestígio de Pedro se manteve intacto.
É preciso admitir que o guardião do céu é
também uma receita perfeita do módulo católico de resgate e perdão: neguei, me
arrependi e agora dedico o que resta das minhas forças para construir a Sua
glória.
Assim, assumindo o lado capitalista da força,
se tornou o primeiro ministro eterno do mestre supremo.
Mas tornou-se um santo distante das pessoas,
é homenageado secularmente ao se batizarem estados geopolíticos, aqui mesmo
habitamos a Província de São Pedro, ou para identificar escolas, igrejas e tudo
mais onde se queira evidenciar o Catolicismo.
Não tem o apelo de identificação popular,
exceto pelos que buscam a sobrevivência nos mares, por conta da sua profissão
original.
Diria que São Pedro merece ser revisto.
Pouco antes dos tensos eventos em que negou
conhecer Jesus, ele ouvira da boca do próprio mestre que isto iria acontecer em
questão de poucas horas.
Isto pode ter sido decisivo na escolha de
Pedro, pois se o mestre havia dito e assim mesmo confiou a ele a missão de
tocar o projeto, porque iria agir diferente.
Portanto é provável que, ao invés de ter
amarelado, Pedro tenha apenas seguido o plano do mestre para garantir a
preservação da mensagem.
Alguém precisava sair vivo.
É um santo com pinta de marechal de campo.
São Pedro é uma marca de reputação tão forte
que, mesmo com todos os pecados e escabrosas participações da sua igreja em
momentos pontuais da história, ainda dá suporte ao arrependimento e a revitalização
da fé católica.
Com a recente chegada do cardeal Bergoglio ao
seu trono, sua igreja ainda respira.
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