A tal da empatia é aquela capacidade de
sentir e compreender a experiência da outra pessoa pelo ponto de vista dela.
Diria que é irmã da intuição e,
ambas, filhas da sensibilidade.
Ao longo da história humana, essas forças
hereges sofreram severas restrições de parte da sua grande e bem sucedida avó,
a magnificente senhora razão.
Desde os mais remotos tempos até os dias de hoje,
a razão tem sido o farol primordial na condução do desenvolvimento do homo
sapiens, mas, e é aí que o tempero dá liga, nos melhores momentos da
civilização e dos indivíduos em particular, a razão agiu em íntima colaboração
com a sensibilidade. E nos mais preciosos deles, reunidas às jovens intuição e empatia.
A cena europeia dos ‘bem nascidos’ de Paris,
Londres, Viena e São Petersburgo lá pelos últimos vinte e cinco anos do século
dezenove foi a própria decadence avec elegance, porque não faltaram tramas alucinantes em busca de poder e
privilégios nem de sofisticados jogos amorosos entre os convivas dessas cortes.
As pessoas que viviam nestes prósperos nichos
de riqueza e poder político, possuíam uma sofisticação cultural e um cabedal de cinismo bem
acima da média da população restante.
Muita coisa ‘boa” ainda em voga e nem tão divulgada
tem este pedigree na origem.
O problema desse fausto todo é que a razão acabou
relaxando, a sensibilidade bebeu demais, a intuição descobriu o ópio e a
empatia deu, generosa e amplamente.
Então sobrevieram as falências, as guerras e as
revoluções, e todos acordaram do porre.
São aprendizados que a gente vive, às vezes
em particular e outras em espécie.
Isto me fez lembrar Winston Churchil, acabei
de ler o livro onde conta suas memórias da grande guerra e virei fã do gordinho
que, além de enfrentar Hitler, ainda achou um tempo para pintar e forjar frases
como a célebre “o preço da paz é a eterna vigilância”.
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