Entre os profissionais mais incompreendidos
do mercado está o publicitário.
A começar pela múltipla possibilidade de funções
associadas à sua atividade.
Publicitário pode ser um estrategista de
comunicação, um artista da imagem, um escritor a serviço da marca, um
especialista em mídias, um grande negociador de verbas e de compras de
audiência, um produtor de peças gráficas ou eletrônicas, incluindo um contêiner
de outras coisas em meios off-line e on-line.
Alguém já viu greve de publicitário?
Começa por aí, é uma profissão sem rede de
segurança.
Ao primeiro sinal de adversidade financeira cortam-se as verbas publicitárias.
Ao primeiro sinal de adversidade financeira cortam-se as verbas publicitárias.
No cliente as mazelas se multiplicam.
Quando convém o publicitário é visto como sendo um artista. Perigo na área!
Quando convém o publicitário é visto como sendo um artista. Perigo na área!
Artista nestes casos é eufemismo para
excêntrico, louco e viajandão.
Quando todos se rendem à qualidade do trabalho o mérito é do cliente que se fez entender, ou do pessoal do marketing que finalmente tem uma expressão adequada ao seu brilhante planejamento e consciente posicionamento da marca.
Quando todos se rendem à qualidade do trabalho o mérito é do cliente que se fez entender, ou do pessoal do marketing que finalmente tem uma expressão adequada ao seu brilhante planejamento e consciente posicionamento da marca.
Por estas e outras admiro o Washington
Olivetto que, muito antes de todos, se absteve de aceitar contas de governo.
Uma forma corajosa e inteligente de valorizar
seu trabalho sem passar o chapéu.
Segundo ele, somente os clientes que precisam
de resultados efetivos merecem ser atendidos pela sua agência. Ou seja, talento
é para quem reconhece seu valor.
Não sei se ele mantém esta postura até hoje,
espero sinceramente que sim.
A publicidade e o marketing hoje estão
casados em união estável, mas é o segundo quem chefia a família e paga a
maioria das contas.
Apesar da realidade demonstrar a força superior que só a criatividade é capaz de imprimir nas estratégias e mensagens de marcas, serviços e produtos, ainda sobrevive aquele preconceito de que o toque criativo é uma coisa menor, a cereja do bolo.
Apesar da realidade demonstrar a força superior que só a criatividade é capaz de imprimir nas estratégias e mensagens de marcas, serviços e produtos, ainda sobrevive aquele preconceito de que o toque criativo é uma coisa menor, a cereja do bolo.
Para todo o resto precisa de muita seriedade,
anos de estudo e pesquisas.
O que salva o publicitário de raiz, o
verdadeiro criativo, é que ele aprendeu a encaixar seu talento no processo
produtivo do mercado com a mesma habilidade que diferencia o seu trabalho de
ofício da paisagem geral.
Assim os publicitários se infiltram nas
atividades de gestão do marketing, aprendem os cânones do clubinho, desenvolvem
a habilidade de domar as mentes mais céticas e se vingam fazendo de simples relatórios
de serviço, verdadeiras peças de galeria.
Vida de publicitário é incerta e meio doida, assim
a sua loucura é da mais pura lucidez.
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