Lembro com alguma nostalgia da minha religiosidade de infância, quando estudava em um Colégio Marista e assistia às missas dominicais na Catedral de Pedra, lá pelo final da década de 1960, na pacata cidadezinha de Canela. Com o passar dos anos fui me desobrigando da prática religiosa, porque já não era possível depositar tanta fé na Igreja Católica Apostólica Romana diante da evolução do meu conhecimento sobre a história política da Europa e das Américas, sem falar dos aspectos mais mundanos desta poderosa instituição que se outorgou a legítima porta-voz do Cristo. O amadurecimento me tornou “um católico de recenseamento” segundo o adágio popular, aquele sujeito que não lembra mais da última vez que assistiu a uma missa, mas diante da visita do pesquisador do IBGE marca no quesito religião: católico. O mais significativo no meu afastamento da igreja é que não perdi a crença em Deus. Virou uma fé mais ao estilo Frei Leonardo Boff, que um dia vi sendo entrevistado pela Marília Gabriela e
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.