Pular para o conteúdo principal

O mundo de Clara

Já escrevi duas vezes sobre a Clara neste blog.
A primeira quando ela era recém-nascida com o título de Clara e, depois outra, quando ela já andava toda pimpona lá pelos dois aninhos.
Agora a Clarinha está bem próxima de fechar três primaveras, frequenta escolinha e já é a popular da galerinha e das profes.

Pois a Mariana, mãe da moça, lançou um diário virtual com as visões e respostas da Clara diante dos desafios que o mundo adulto propõe a ela nas coisas mais prosaicas.
É pra lá de divertido.
A Clara é uma figuraça com seu estilo cool e que transita desde a mais absoluta indiferença pelo seu entorno até uma tagarelice inesperada, sem jamais perder a pose instrospectiva.

Outro dia estava lá, relatado em O Mundo de Clara, que junto com os pais almoçando no restaurante em que é conhecidíssima, protagonizou um típico momento clariano.

A garçonete que sempre bate aquele papo com ela, pergunta:
- Querida! Quanto tempo! Então tu está na escolinha?
E a Clara, super solícita:
- Não, tô no restaurante!

Engraçado que no convívio direto tenho uma relação meio desgrudada com a Clara, que é muito mais chegada em minha mulher e nos outros amigos próximos, mas que demonstra gostar de mim o suficiente.
Acho isto ótimo, as crianças sempre levam alguns anos para me aceitar sem susto.

Vou colecionar as pérolas de resposta da Clara para utilizar nas minhas reuniões com os clientes, naqueles momentos em que todos esperam ouvir alguma coisa reveladora e que solucione todos os problemas da empresa.
Por exemplo, se o desafio for uma tomada de decisão radical que implique em saber desaprovar uma forte expectativa dos acionistas sem ofender ninguém, citarei a Clara sendo convencida pela mãe a comer alface.
Sabendo da vaidade da minúscula pessoa, Mariana usa o argumento de que alface é muito boa para fazer o cabelo ficar bonito e blablablá, então sugere que ela coma.
A Clara reflete um pouco e sentencia: “mãe, vou ficar com o cabelo feio”.
Ou seja, a Clara realmente não gosta de alface.

Comentários

Mariana disse…
Ju!!! Adoro teus textos, ainda mais quando o assunto é o meu preferido: a Clara! rsrs.

Deveríamos pensar como as crianças pensam... Tudo seria tão mais simples e tão mais divertido!

beijos!
Gui Scheinpflug disse…
Eu quero o endereço do blog da Clarinhaaaaaaa

Postagens mais visitadas deste blog

Ainda Estou Aqui

Com minhas desculpas ao Marcelo Rubens Paiva e ao Walter Salles, me utilizo do título do livro/filme tão em pauta nestes dias que antecedem a entrega do Oscar, para marcar meu retorno à rotina de escrever no meu blog. Foi difícil voltar. A poeira cobriu tudo com grossas camadas e para deixar o ambiente limpo, arejado e propício para este retorno foi preciso uma determinação férrea e uma coerência refletida, qual seja a de retomar o antigo blog e seguir a partir dele, porque o hiato de tempo sumido foi grande, parecia definitivo mas não foi e, ao retomar as crônicas quero preservar o que eu já havia feito. Os tempos mudaram, eu mudei em muitos aspectos, mas ainda sou a mesma pessoa, esta é a coerência que desejo preservar. A grande novidade é que neste ínterim, eu envelheci, não como metáfora mas como fato da vida. Escrevi minhas últimas crônicas aos cinquenta e poucos anos, retorno agora já bem próximo dos setenta, antes em plena atividade profissional e morando em Porto Alegre, agora ...

O Rei, o Mago, o Bardo e o Bobo.

Eles se encontraram por um breve tempo às bordas da floresta alta, nas franjas verdes do grande vale. O Rei, sempre magnânimo com todos que mostravam admiração e simpatia por suas ideias e preleções, contratou o Bobo para escrever suas memórias. O Mago que conhecia o Rei de muitas luas procurava descobrir as conexões emocionais com os novos amigos e celebrar as revelações deste encontro. O Bardo só queria levar suas canções e melodias ao coração de todos, especialmente ao do Rei, para o qual compôs uma bela ode. O Bobo amava os encontros e se divertia em pregar peças no Rei e propor charadas aos companheiros, mas também se emocionava e se encantava com os novos amigos e os seus talentos. Tudo andava de forma mágica e envolvente até o dia em que o Rei, olhou severo para o Bobo e sentenciou:  - Você distorce tudo o que eu digo, duvida de tudo que eu sigo e escreve somente a tua versão das coisas que eu lhe relato! Me sinto desrespeitado e quero que você saiba disso. A partir dali os ...

Velhas fotos coloridas

 Hoje aproveitei a chuva e o tempo gris para remexer nos velhos arquivos fotográficos que a Neca, minha namorada desde as Diretas Já, guarda com todo zelo e carinho. Minha busca, os amigos e os encontros com eles. E lá estavam, uma profusão de conexões, quase todas em celebrações diversas. É incrível como fazíamos festas, a vida era uma festa. E olha que problemas existiam e nunca foram poucos, mas tínhamos a juventude e o seu apetite insaciável por viver e se reunir. As fotos ainda conservam, em sua maioria, um colorido vivo impresso no papel fotográfico. Ninguém portava telefone celular, quando muito uma  câmera fotográfica ou uma filmadora. E a gente dançava, se fantasiava, ia para a praia em bando, comíamos muito, jogávamos qualquer coisa para passar as tardes de chuva enquanto alguém preparava bolinhos, sonhos, bolos e, é claro, pipoca. Bebíamos, éramos beberrões de cerveja, de batidinhas e boa parte de nós, fumava. Alguns, eu entre eles, não somente cigarros. E a gente v...