O obituário da família Gonçalves ganha um novo capítulo com a partida da Nikita, dia19 de julho, aos 13 anos e 07 meses, tempo que para uma Colie Tricolor representa viver muito além da expectativa média da sua raça.
Mas de pouco e quase nada serve esta constatação, a Niki merecia viver muito mais.
Se pudesse enviar um e-mail para a Ouvidoria do Céu, gostaria de pedir uma revisão nos prazos de expectativa de vida dos cães e dos gatos, pois comparativamente aos seres humanos eles vivem muito pouco.
Paradoxalmente, os cães em nada demonstram inquietude com esta questão, eles simplesmente vivem.
Intensamente. A rotina de suas vidas é feita de intensidade em tudo que fazem.
Mesmo que repitam os mesmos rituais na sua relação com a gente, milhões de vezes, sempre o fazem com o prazer de uma novidade.
Se a morte da Niki teve atenuante dela ter vivido uma longa jornada com todo carinho e proteção que seus donos dedicaram a ela, foi profundamente doída pelo fato de ter sido encerrada em uma permissão de eutanásia após o diagnóstico dos seus últimos exames. Não havia mais perspectiva, nem mesmo mínima, para sua sobrevivência.
A Neca, minha mulher, não teve condições emocionais de se despedir.
Nem poderia, pois ela sempre foi a mão que conduziu todos os tratamentos e várias curas ao longo da vida da Niki, seus cuidados constantes com os xampus, pomadas, talcos, colírios e a indefectível escovação que manteve seus pelos negros, brancos e dourados com incrível beleza até o último dia da sua existência.
Coube a mim esta terrível tarefa.
O último olhar que recebi da Niki foi doce e intenso como todos os outros olhares que ela me dirigiu nestes anos em que estivemos juntos.
Fiz carinho nas suas orelhas e no focinho, agachado a sua frente e em silêncio, com o coração sangrando por estar autorizando a sua morte.
Nunca irei esquecer a angústia daquele momento. Penso que no dia em que chegar a minha hora, no limite entre a lucidez e a partida, aqueles olhinhos negros vão estar lá para me receber como se eu estivesse voltando para casa após um dia comum.
Mas de pouco e quase nada serve esta constatação, a Niki merecia viver muito mais.
Se pudesse enviar um e-mail para a Ouvidoria do Céu, gostaria de pedir uma revisão nos prazos de expectativa de vida dos cães e dos gatos, pois comparativamente aos seres humanos eles vivem muito pouco.
Paradoxalmente, os cães em nada demonstram inquietude com esta questão, eles simplesmente vivem.
Intensamente. A rotina de suas vidas é feita de intensidade em tudo que fazem.
Mesmo que repitam os mesmos rituais na sua relação com a gente, milhões de vezes, sempre o fazem com o prazer de uma novidade.
Se a morte da Niki teve atenuante dela ter vivido uma longa jornada com todo carinho e proteção que seus donos dedicaram a ela, foi profundamente doída pelo fato de ter sido encerrada em uma permissão de eutanásia após o diagnóstico dos seus últimos exames. Não havia mais perspectiva, nem mesmo mínima, para sua sobrevivência.
A Neca, minha mulher, não teve condições emocionais de se despedir.
Nem poderia, pois ela sempre foi a mão que conduziu todos os tratamentos e várias curas ao longo da vida da Niki, seus cuidados constantes com os xampus, pomadas, talcos, colírios e a indefectível escovação que manteve seus pelos negros, brancos e dourados com incrível beleza até o último dia da sua existência.
Coube a mim esta terrível tarefa.
O último olhar que recebi da Niki foi doce e intenso como todos os outros olhares que ela me dirigiu nestes anos em que estivemos juntos.
Fiz carinho nas suas orelhas e no focinho, agachado a sua frente e em silêncio, com o coração sangrando por estar autorizando a sua morte.
Nunca irei esquecer a angústia daquele momento. Penso que no dia em que chegar a minha hora, no limite entre a lucidez e a partida, aqueles olhinhos negros vão estar lá para me receber como se eu estivesse voltando para casa após um dia comum.
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