Tudo começou por acaso.
Com o propósito de fumar um cigarro sem poluir o escritório, minha escolha natural era descer até o térreo do prédio e me juntar aos excluídos diante da loja de café.
Atentos, os proprietários instalaram uma mesa à entrada da galeria para que seus clientes tabagistas pudessem sorver seus expressos sem se privarem do vício.
Assim nasceu a confraria dos vizinhos fumantes, versados em futebol, política e uma série de outras especialidades, um grupo internamente batizado de A Catrefa.
De início A Catrefa foi vista com certa desconfiança pelos demais vizinhos do edifício.
Fato bastante compreensível se considerarmos a imagem de marmanjos falando alto e dando gargalhadas sob uma cortina de fumaça.
Mas a convivência humana também é feita de surpresas agradáveis e, com A Catrefa, isto se materializou de forma cristalina. Algumas pessoas, aparentemente sisudas e arredias, foram gradativamente se aproximando do grupo, inclusive não fumantes, contagiadas pelo clima espontâneo de cordialidade que diferenciava aquela turma.
A Catrefa foi pouco a pouco se transformando em território livre, inclusivo e receptivo aos vizinhos que desejassem estabelecer relações mais afetivas no seu condomínio. Proprietários de lojas, advogados, publicitários, dentistas, arquitetos, psicólogos, médicos, militares, técnicos de informática, cabeleireiros e corretores de seguro - um mosaico de atividades profissionais passou a configurar o cafezinho social.
Em voluntária aproximação, homens e mulheres de diferentes idades, de repente se viram em saboroso colóquio com seus pares, permitindo-se jogar conversa fora e rir sem as costumeiras preocupações com o que os outros viessem a pensar.
Apesar de recente, A Catrefa coleciona algumas histórias de amizade e solidariedade, como a mobilização de vários de seus integrantes ao saber do amigo lojista que teve o estabelecimento arrombado, se apresentando para ajudar nas tarefas de rescaldo dos estragos e no acompanhamento pelo périplo policial, tudo isto em pleno sábado.
O mesmo grupo que já foi olhado de viés, hoje é admirado até pelas pessoas que ainda gravitam no entorno sem travar contato, um resquício de provável timidez.
A Catrefa está em vias de promover a sua primeira festa de final de ano.
Ficou decidido em reunião dos fundadores, entre um café e outro, que deverá ser um encontro informal e dançante sem solenidades especiais e, opinião unânime, livre da tradicional chatice do “amigo secreto”.
Um programa minimalista: comida, bebida e música para dançar.
Viva A Catrefa.
Com o propósito de fumar um cigarro sem poluir o escritório, minha escolha natural era descer até o térreo do prédio e me juntar aos excluídos diante da loja de café.
Atentos, os proprietários instalaram uma mesa à entrada da galeria para que seus clientes tabagistas pudessem sorver seus expressos sem se privarem do vício.
Assim nasceu a confraria dos vizinhos fumantes, versados em futebol, política e uma série de outras especialidades, um grupo internamente batizado de A Catrefa.
De início A Catrefa foi vista com certa desconfiança pelos demais vizinhos do edifício.
Fato bastante compreensível se considerarmos a imagem de marmanjos falando alto e dando gargalhadas sob uma cortina de fumaça.
Mas a convivência humana também é feita de surpresas agradáveis e, com A Catrefa, isto se materializou de forma cristalina. Algumas pessoas, aparentemente sisudas e arredias, foram gradativamente se aproximando do grupo, inclusive não fumantes, contagiadas pelo clima espontâneo de cordialidade que diferenciava aquela turma.
A Catrefa foi pouco a pouco se transformando em território livre, inclusivo e receptivo aos vizinhos que desejassem estabelecer relações mais afetivas no seu condomínio. Proprietários de lojas, advogados, publicitários, dentistas, arquitetos, psicólogos, médicos, militares, técnicos de informática, cabeleireiros e corretores de seguro - um mosaico de atividades profissionais passou a configurar o cafezinho social.
Em voluntária aproximação, homens e mulheres de diferentes idades, de repente se viram em saboroso colóquio com seus pares, permitindo-se jogar conversa fora e rir sem as costumeiras preocupações com o que os outros viessem a pensar.
Apesar de recente, A Catrefa coleciona algumas histórias de amizade e solidariedade, como a mobilização de vários de seus integrantes ao saber do amigo lojista que teve o estabelecimento arrombado, se apresentando para ajudar nas tarefas de rescaldo dos estragos e no acompanhamento pelo périplo policial, tudo isto em pleno sábado.
O mesmo grupo que já foi olhado de viés, hoje é admirado até pelas pessoas que ainda gravitam no entorno sem travar contato, um resquício de provável timidez.
A Catrefa está em vias de promover a sua primeira festa de final de ano.
Ficou decidido em reunião dos fundadores, entre um café e outro, que deverá ser um encontro informal e dançante sem solenidades especiais e, opinião unânime, livre da tradicional chatice do “amigo secreto”.
Um programa minimalista: comida, bebida e música para dançar.
Viva A Catrefa.
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