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Poder e sexo

Recentemente deparei com um estudo realizado na Universidade de Newcastle, na Inglaterra, através do qual dois cientistas britânicos chegaram à conclusão de que as mulheres têm mais prazer sexual com homens ricos.
Eles se basearam em pesquisa feita na China, citada como o mais completo levantamento sobre estilo de vida familiar e sexo, realizado até hoje.
O argumento dos britânicos tem um revestimento evolucionista para justificar a preferência feminina por homens poderosos, acima de fatores consagrados como a simetria corporal e a atratividade.
Em síntese, com homens ricos os orgasmos femininos ocorrem com mais frequência.

Ou seja, o sarcasmo popular acaba de obter um verniz científico.
Nas conversas mais irreverentes sempre surge a cínica afirmação de que mulher não gosta de homem, quem gosta de homem é homossexual, porque mulher gosta mesmo é de cartão de crédito, viagens de férias, bolsa nova, casa bonita e bem decorada.

Pois é, não bastassem tantos desafios para sobreviver neste mundo adverso, ainda temos que ficar espertos com os endinheirados que rondam no pedaço. Por outro lado é preciso desconfiar de uma pesquisa feita com mulheres chinesas, a China é quase um outro planeta se comparada ao mundo ocidental. E com certeza, tem muito pé rapado por aí pegando mulher de milionário.
Mas é inegável que sem a pressão das contas vencendo e uma boa reserva financeira no banco para garantir a tranquilidade, a vida fica bem mais fácil. Imagino que com a crise financeira mundial muito acionista poderoso deve ter broxado da noite para o dia.

Outro dia um conhecido me falava que o poder é o maior afrodisíaco do homem, até mais que o dinheiro. Um exemplo óbvio disto é a aposentadoria de quem foi diretor ou presidente de empresas ou instituições importantes. O sujeito vive cercado de atenção e de privilégios especiais, é paparicado por mulheres bonitas e tem mesa reservada em qualquer restaurante bacana. De repente é um aposentado, um ex, uma figura do passado, que ainda carrega uma história de sucesso, mas o bastão já foi passado para outras mãos. Certamente nestes casos o dinheiro não é problema, mas a perda do poder machuca a auto-estima.
Aí se percebe uma das vantagens do homem de caráter humilde, que não se deslumbra com a glória e convive naturalmente com o ostracismo. Saber sair de cena é uma arte tão difícil quanto a de protagonizar o papel de um sujeito de sucesso.

Lembro de uma quadrinha poética dos meus tempos de guri, daquelas de almanaque de farmácia, que dizia: se tu és rico e eu sou pobre / ao morrermos tu mais eu / não levas nada contigo / e eu levo tudo que é meu.
Enquanto isto, a gente vai convencendo as mulheres de que o dinheiro não é tudo na vida.

Comentários

Anônimo disse…
Mestre Juarez

Parabéns pelo texto muito bem escrito. Nesses tempos de crise ele é até motivacional.

Acho que seria interessante o sr. estar lançando um livro com essas crônicas, iria ser o fim de Dan Brown.
Gui Scheinpflug disse…
Oi, Ju! Li seu texto relembrando de um livro que li, acho que você adoraria le-lo. Chama-se "O Macho Demoníaco". É uma comparação da vida dos macacos em relacao a vida do homem. O que tem a ver com o seu texto? Tudo! Lá descobri que os orangotangos perseguem uma fêmea até matar o filhote. Desorientada e pensando que o seu atual "macho" não a protege o suficiente, a fêmea migra para o bando do assassino.

Concluo que a fêmea busca é a proteção da prole. Antigamente, a força dos braços garantia a proteção, hoje em dia, é o dinheiro que garante que os filhos estarão bem.

Sei lá... to viajando, mas acho que não muito né?

Beijão, até mais!

bom te ler!

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