José Luiz Benicio é um dos mais consagrados ilustradores da propaganda brasileira e um sujeito muito traqüilo.
Casou com Lourdes há mais de quarenta anos, tiveram quatro filhos e uma geração de netos.
Na casa dos 70 anos continua trabalhando no ofício do desenho artístico, que sempre foi sua arte e o seu sustento.
Não ficou rico, mas conquistou uma vida aprazível e bem endereçada na Zona Sul Carioca.
Caminhante regular do calçadão do Leblon e Ipanema, este gaúcho sorridente, torcedor do Grêmio e do Fluminense, acaba de se ver descoberto pelas novas gerações de artistas gráficos e outros interessados na arte cultural do exuberante Brasil da década de 1970.
Em uma publicação de 2007, a Revista Playboy prestou sua homenagem ao Mestre Benicio e, já no lead da matéria, o define como “o ilustrador preferido de Playboy”.
Bingo! Com toda esta munição, os amigos do Zé, antigos colegas de agência e outros tantos da sua geração, passaram a chamá-lo de Taradão do Leblon, um título que ele afirma ser injusto com a sua ficha pessoal, pois seu máximo de ousadia foi atender as encomendas da Playboy. Afinal este é o seu trabalho.
Vale o mesmo para as centenas de cartazes de cinema da Era da Pornochanchada e para as milhares de aparições de Brigite Monfort, heroína pra lá de sensual dos livros de bolso que fizeram estrondoso sucesso naquela época.
Sob este ponto de vista, o Zé foi um materializador da tara alheia. Na verdade ele emprestou seu traço ao erotismo brasileiro, literalmente traçou as melhores mulheres da sua época, obviamente na prancheta. Atriz de cinema dos anos setenta que não se viu traçada pelo Zé, certamente perdeu um toque de imortalidade.
Ser o Taradão do Leblon é o preço da fama. A humanidade é assim mesmo, tem mais interesse pelo mórbido do que pelo talento das pessoas.
Que seria do charme do Bukowsky se ele não fosse um velho safado e beberrão?
Quem daria importância ao Orson Welles se o cara não fosse completamente maluco?
Porque alguém ainda perderia tempo com o Michael Jackson, sem a estranheza da sua personalidade e as cirurgias que o transformaram em um desenho japonês?
E o Hemingway? O Henri Miller? O Mike Tyson? A lista não tem fim.
A vida do Zé é um jardim de infância se comparada a estes personagens.
Mas tenho certeza que ele se diverte demais com a taradice que sua obra lhe conferiu.
Nem conheceu a maioria das lindas mulheres que ilustrou em magníficos cartazes e será lembrado pelo seu dom e a técnica inigualável da sua ilustração.
Mas sempre haverá um engraçadinho, quando seu nome for mencionado, para falar:
Ah, o Taradão do Leblon. Este era o cara!
Casou com Lourdes há mais de quarenta anos, tiveram quatro filhos e uma geração de netos.
Na casa dos 70 anos continua trabalhando no ofício do desenho artístico, que sempre foi sua arte e o seu sustento.
Não ficou rico, mas conquistou uma vida aprazível e bem endereçada na Zona Sul Carioca.
Caminhante regular do calçadão do Leblon e Ipanema, este gaúcho sorridente, torcedor do Grêmio e do Fluminense, acaba de se ver descoberto pelas novas gerações de artistas gráficos e outros interessados na arte cultural do exuberante Brasil da década de 1970.
Em uma publicação de 2007, a Revista Playboy prestou sua homenagem ao Mestre Benicio e, já no lead da matéria, o define como “o ilustrador preferido de Playboy”.
Bingo! Com toda esta munição, os amigos do Zé, antigos colegas de agência e outros tantos da sua geração, passaram a chamá-lo de Taradão do Leblon, um título que ele afirma ser injusto com a sua ficha pessoal, pois seu máximo de ousadia foi atender as encomendas da Playboy. Afinal este é o seu trabalho.
Vale o mesmo para as centenas de cartazes de cinema da Era da Pornochanchada e para as milhares de aparições de Brigite Monfort, heroína pra lá de sensual dos livros de bolso que fizeram estrondoso sucesso naquela época.
Sob este ponto de vista, o Zé foi um materializador da tara alheia. Na verdade ele emprestou seu traço ao erotismo brasileiro, literalmente traçou as melhores mulheres da sua época, obviamente na prancheta. Atriz de cinema dos anos setenta que não se viu traçada pelo Zé, certamente perdeu um toque de imortalidade.
Ser o Taradão do Leblon é o preço da fama. A humanidade é assim mesmo, tem mais interesse pelo mórbido do que pelo talento das pessoas.
Que seria do charme do Bukowsky se ele não fosse um velho safado e beberrão?
Quem daria importância ao Orson Welles se o cara não fosse completamente maluco?
Porque alguém ainda perderia tempo com o Michael Jackson, sem a estranheza da sua personalidade e as cirurgias que o transformaram em um desenho japonês?
E o Hemingway? O Henri Miller? O Mike Tyson? A lista não tem fim.
A vida do Zé é um jardim de infância se comparada a estes personagens.
Mas tenho certeza que ele se diverte demais com a taradice que sua obra lhe conferiu.
Nem conheceu a maioria das lindas mulheres que ilustrou em magníficos cartazes e será lembrado pelo seu dom e a técnica inigualável da sua ilustração.
Mas sempre haverá um engraçadinho, quando seu nome for mencionado, para falar:
Ah, o Taradão do Leblon. Este era o cara!
Comentários
Diz pro Zé que fama de rico e mulherengo não se tira, já dizia o meu avô.
Abraço - MrMilk
Adorei a idéia do blog e não poderia deixar de te parabenizar pela boa leitura que você está nos proporcionando a partir do seu jeito descontraído de escrever.
Quanto a esta crônica em especial, como filha do personagem principal, é claro que amei a homenagem, mas tenho que entrar na defesa: de mulherendo e taradão do Leblon ele não tem nada...rs...mas é rico sim, só que em simpatia e genialidade!
Beijo grande pra ti e pra Neca.
Carinho,
Béu
Estava no blog lendo as crônicas mais antigas e acabo vendo uma citação a Michael Jackson em Taradão do Leblon...
Sem palavras.