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Mostrando postagens de janeiro, 2008

O taradão do Leblon

José Luiz Benicio é um dos mais consagrados ilustradores da propaganda brasileira e um sujeito muito traqüilo. Casou com Lourdes há mais de quarenta anos, tiveram quatro filhos e uma geração de netos. Na casa dos 70 anos continua trabalhando no ofício do desenho artístico, que sempre foi sua arte e o seu sustento. Não ficou rico, mas conquistou uma vida aprazível e bem endereçada na Zona Sul Carioca. Caminhante regular do calçadão do Leblon e Ipanema, este gaúcho sorridente, torcedor do Grêmio e do Fluminense, acaba de se ver descoberto pelas novas gerações de artistas gráficos e outros interessados na arte cultural do exuberante Brasil da década de 1970. Em uma publicação de 2007, a Revista Playboy prestou sua homenagem ao Mestre Benicio e, já no lead da matéria, o define como “o ilustrador preferido de Playboy”. Bingo! Com toda esta munição, os amigos do Zé, antigos colegas de agência e outros tantos da sua geração, passaram a chamá-lo de Taradão do Leblon, um título que ele afirma s

Do bem

E aí, você é uma pessoa do bem ou do mal? Resolvi exercitar meu entendimento sobre o que é ser do bem ou ser do mal. O Al Gore é do bem, este é fácil. Mas e o Bush? Aí fica mais difícil de definir? Sim porque a resposta deve ser justa para ser uma resposta do bem. Se não for assim é apenas uma simplificação de um ponto-de-vista interessado. Portanto não pretendo responder a esta questão, mas certamente eu simpatizo muito mais com o Bill Clinton. E a Mônica Lewinski é do bem? E a Mônica Veloso? E a Mônica do Maurício de Souza que está sempre dando coelhadas no Cebolinha e no Cascão? Descontada a minha própria maldade com as Mônicas, eu acho a Mônica dos quadrinhos muito do bem. Ela adora seus amigos, mas não pode dar moleza a eles. Então percebo que ser do bem tem limites. Sempre é bom ter um coelho à mão. Afinal é preciso conviver com a galera do mal. E quem é do mal? Arrisco dizer que do mal é quem recebe a plena confiança do outro e se aproveita da situação para tirar proveito própri

Cortina de fumaça

Este é um texto politicamente incorreto, portanto retirem as crianças da sala. Quero homenagear alguns fumantes que deixaram sua marca em nossas existências através de suas belas obras e de suas irreverentes atitudes diante da vida. O Niemayer, cem anos, trabalhando e dando entrevista. Um fenômeno. No dia do seu aniversário, recebeu a imprensa, convidados e familiares, sentado sob a marquise da sua famosa Casa das Canoas, no Rio, fumando calmamente as suas cigarrilhas cubanas e conversando lucidamente com todas as pessoas. Sua sabedoria é digna do Dalai Lama, pois entre tantas pérolas, ensina que o sucesso não tem importância nenhuma, que a arquitetura só faz sentido quando tem harmonia com a natureza e se for merecedora da contemplação das pessoas. Fala que a morte é um evento banal, mas que não é bom ficar pensando muito nela. Eu admiro o Niemayer por estas atitudes descoladas, para mim ele nem precisava ter projetado nenhum edifício e, ainda assim, seria admirável por esta serenidad