Interrompo minhas férias literárias para comemorar uma revelação. Aproveitando as reflexões inevitáveis neste intercurso do ano calendário, vi uma chamada do canal Discovery para um documentário chamado Pelada Futebol Puro, que está estreando na tevê a cabo e que, com certeza, vou apreciar muito. No decurso imediato desta vinheta me veio a descoberta Aristotélica de que eu sempre fui um peladeiro de respeito. Eureka! Existe uma passagem dimensional entre o espaço da pelada e as quatro linhas desenhadas na grama ou no parquê, entre sem camisas e com uniformes. Sempre lidei bem com minha frustração por não jogar bem futebol, nem por isto deixei de gostar nem de praticar o irresistível esporte bretão. Agora descobri o porquê de nunca ter me incomodado por ser canela-de-pau. Não se tratava de sublimação da incompetência nata, mas apenas a tranquilidade natural de um peladeiro que sempre foi decisivo nos combates que travou. A pelada é uma recreação vibrante. Desenvolvi portanto uma atitude
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.