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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Peladeiro

Interrompo minhas férias literárias para comemorar uma revelação. Aproveitando as reflexões inevitáveis neste intercurso do ano calendário, vi uma chamada do canal Discovery para um documentário chamado Pelada Futebol Puro, que está estreando na tevê a cabo e que, com certeza, vou apreciar muito. No decurso imediato desta vinheta me veio a descoberta Aristotélica de que eu sempre fui um peladeiro de respeito. Eureka! Existe uma passagem dimensional entre o espaço da pelada e as quatro linhas desenhadas na grama ou no parquê, entre sem camisas e com uniformes. Sempre lidei bem com minha frustração por não jogar bem futebol, nem por isto deixei de gostar nem de praticar o irresistível esporte bretão. Agora descobri o porquê de nunca ter me incomodado por ser canela-de-pau. Não se tratava de sublimação da incompetência nata, mas apenas a tranquilidade natural de um peladeiro que sempre foi decisivo nos combates que travou. A pelada é uma recreação vibrante. Desenvolvi portanto uma atitude

Lá vem o chororô

Quem me conhece sabe bem. Sou integrante daquela legião de pessoas que prefeririam saltar do dia 23 de dezembro para 03 de janeiro do ano seguinte. Sei lá, acampar em Bali, ou mais de acordo com minhas possibilidades, em uma curva bem escondida do Lajeado Grande, nos Campos de Cima da Serra. Já conto dois dias de distância do Natal e do Ano Novo, que é para incluir a correria atrás de presentes e a ressaca da virada. Mas estarei estoicamente próximo de todo chororô desta transição, apenas um pouco mais recluso e absorto por tarefas comezinhas. Diante dos encontros que eu não puder evitar estarei sorrindo e refletindo sobre as bênçãos contidas em qualquer copo graúdo com uísque escocês e gelo. Brabo mesmo é aguentar o chororô de sempre, as promessas de transformação e os abraços etílicos da galera que nem gosta de você, mas aproveita cada fim de ano para confessar que te ama. Psiquiatra de plantão deve atender ocorrências de meia em meia hora. Então me despeço dos sete leitores que aind

Democracia

Outro dia ouvi um líder empresarial sentenciar que democracia não combina com gestão empresarial vencedora. A frase foi pronunciada por um indivíduo que se orgulha de ler sobre tudo que possa interessar para inovação e competitividade do seu negócio neste “admirável mundo novo”. O poder inseguro detesta o ambiente democrático, na primeira oportunidade os tiranos da mediocridade saem do armário e passam a mascarar sua insegurança com autoritarismo. Isto significa, entre outras coisas, utilizar o poder de demitir como uma arma de intimidação sobre colaboradores e prepostos, reduzindo a gestão a um arsenal de ordens a cumprir. O meio democrático é o ambiente mais saudável para se fazer prosperar as estratégias mais importantes em todo tipo de organização. Onde mais lideranças podem expressar opinião e participar das tomadas de decisão, tanto mais pessoas comprometidas são conquistadas para o engajamento nas causas vitais da empresa. Comandar é saber lidar com inúmeras pressões, mas também