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Mostrando postagens de julho, 2010

Nikita

O obituário da família Gonçalves ganha um novo capítulo com a partida da Nikita, dia19 de julho, aos 13 anos e 07 meses, tempo que para uma Colie Tricolor representa viver muito além da expectativa média da sua raça. Mas de pouco e quase nada serve esta constatação, a Niki merecia viver muito mais. Se pudesse enviar um e-mail para a Ouvidoria do Céu, gostaria de pedir uma revisão nos prazos de expectativa de vida dos cães e dos gatos, pois comparativamente aos seres humanos eles vivem muito pouco. Paradoxalmente, os cães em nada demonstram inquietude com esta questão, eles simplesmente vivem. Intensamente. A rotina de suas vidas é feita de intensidade em tudo que fazem. Mesmo que repitam os mesmos rituais na sua relação com a gente, milhões de vezes, sempre o fazem com o prazer de uma novidade. Se a morte da Niki teve atenuante dela ter vivido uma longa jornada com todo carinho e proteção que seus donos dedicaram a ela, foi profundamente doída pelo fato de ter sido encerrada em uma per

Nocaute técnico

Felizmente tenho poucos leitores. Em contrapartida tenho leitores assíduos. Esta assiduidade é um privilégio que me impõe um compromisso mínimo com a sinceridade no que escrevo. Mesmo com as mais descabidas bobagens. Dito isto, confesso. Não consegui parar de fumar. Ainda. Minha enfática decisão publicada neste blog sob o título de Parei de Fumar, durou exatos vinte e um dias. Tomei meu nocaute técnico na altitude de Cambará do Sul, num dia frio e nebuloso, após uma saudável caminhada até uma cachoeira magnífica, justamente na subida através de uma pastagem com uma vista privilegiada da amplitude dos campos de cima da serra. Curiosamente, apesar do esforço cardiorrespiratório, me assaltou uma irresistível vontade de fumar. A beleza da paisagem. O ar puríssimo. Um cigarro. Assim voltei. Sordidamente comprei cigarros e passei a fumar às escondidas. Tento manter os índices de consumo em bases sensatas, mas voltei a fumar. Espero em breve voltar a professar minha definitiva cura deste mórb

Fim dos Tempos

Outro dia acordei com um mau humor que não me é característico. Via de regra acordo bem, nada demais, mas feliz pelos ovos mexidos que vou comer com pão quentinho e aquela manteiga quase derretendo, enquanto irei sorvendo meu café com leite, na temperatura e sabor perfeitos, tudo isto diante da tevê onde verei repetidas coisas malucas acontecendo no mundo. Meu ritual do café da manhã é um casulo blindado ao caos, me protege e me diverte. Mas naquela manhã saí da rotina. Uma agenda aborrecida me esperava, simples, mas uma coleção de pequenas e irritantes providências, para variar inadiáveis. Liguei a tevê e lá estava: um buraco profundo e circular se abriu no meio da Cidade da Guatemala, repentinamente. O fenômeno ocorre em vários lugares do planeta e, ali na região, já aconteceu outras vezes. Uma imagem macabra. O diagnóstico referiu ao longo trabalho de erosão da água com agravante de um ciclo recente de muitas chuvas. Explicação provisória, pois geólogos ficaram alerta. Mudei de cana