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Mostrando postagens de março, 2009

Fantasmas particulares

Quem instigou as narrativas relatadas nesta crônica foi minha amiga Michele Philomena, uma jovem artista plástica com uma certa vocação para a investigação dos mistérios espirituais. Pois a Michele gosta de por à prova o ceticismo dos seus amigos e, às vezes, quer saber se porventura alguém já vivenciou uma experiência definível como sobrenatural. Algumas são contadas a seguir. Lembrei do dia em que me despedi do Edson, amigo que estava de partida para o Rio de Janeiro e faria o trajeto de motocicleta. Saí do escritório e fomos conversar à beira do Guaíba. A maior parte do tempo ele falou da sua rotina como mergulhador em águas profundas, na Bacia de Campos, um serviço radical de manutenção nas bases das plataformas de petróleo. Mencionou a escuridão, seus dias de confinamento nas câmaras de descompressão e algumas visões, estranhas experiências de quando se encontrava trabalhando dentro do escafandro, em mar profundo. Algo que ia além de peixes estranhos e luminosos. Passara a estudar

Poder e sexo

Recentemente deparei com um estudo realizado na Universidade de Newcastle, na Inglaterra, através do qual dois cientistas britânicos chegaram à conclusão de que as mulheres têm mais prazer sexual com homens ricos. Eles se basearam em pesquisa feita na China, citada como o mais completo levantamento sobre estilo de vida familiar e sexo, realizado até hoje. O argumento dos britânicos tem um revestimento evolucionista para justificar a preferência feminina por homens poderosos, acima de fatores consagrados como a simetria corporal e a atratividade. Em síntese, com homens ricos os orgasmos femininos ocorrem com mais frequência. Ou seja, o sarcasmo popular acaba de obter um verniz científico. Nas conversas mais irreverentes sempre surge a cínica afirmação de que mulher não gosta de homem, quem gosta de homem é homossexual, porque mulher gosta mesmo é de cartão de crédito, viagens de férias, bolsa nova, casa bonita e bem decorada. Pois é, não bastassem tantos desafios para sobreviver neste m

Cadáveres no palco

A nova onda na metrópole é “ver ao vivo” os cadáveres polimerizados de doadores chineses, que ficarão em cartaz em um grande shopping por várias semanas (Corpo Humano - Real e Fascinante) . Tudo indica que a peculiar exposição fará enorme sucesso. Em um almoço de domingo com amigos, o assunto emergiu em meio às opções de filmes a se conferir nos cinemas e ganhou contornos de a sensação do momento. Descobri ser a única pessoa presente que não pretende visitar este espetáculo em que ciência e arte se combinam em uma inédita aula de anatomia para leigos. Não tenho nenhuma restrição moral, religiosa ou intelectual ao conteúdo da mostra. Pelo contrário, até acho uma idéia respeitável e capaz de interessar muita gente, mas eu sou um ser humano avesso à visão do nosso conteúdo muscular, circulatório e bofes em geral. Jamais poderia ser médico, quanto mais um cirurgião. Posso fazer um curativo em um ferimento, aplicar injeção na falta de uma enfermeira e socorrer uma pessoa passando mal, sem o