Época estranha, para dizer o mínimo, esta em que estamos vivendo. A busca pelo condomínio residencial mais bacana, pelo carro dos sonhos, pela carreira bem paga e respeitada, pelo cônjuge de catálogo, pelos filhos perfeitos, pela silhueta da hora, pelas roupas de grife e pelas viagens mais desejadas – um estilo classe média com aspiração de rico que está ficando cada vez mais difícil de bancar e pouco divertido de usar, até para quem pode, pelo preço que se paga. O jeito então é andar na contramão como quem foge de feriados longos e das praias apinhadas de gente. Ser simples e low profile é a grande sacada. Não é preciso morar na favela nem virar contraventor, mas se aproximar do povo simples e fazer parte dele para ganhar autenticidade. Ter uma casinha confortável com um jardim e uma horta cuidados com carinho, comprar o pão naquele armazém da rua e conversar com os vizinhos, passear com o cachorro e fazer amizades com as pessoas nas ruas e praças, trocar receitas com os
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.