O sucesso do escritor Paulo Coelho é um verdadeiro mistério. Não foi apenas aquele conhecido fenômeno de um ou dois livros que vendem febrilmente e depois ninguém mais ouve falar no autor. Por mais de quinze anos ele ocupou o topo das listas de livros mais vendidos, encantou gente do mundo inteiro e sempre tomou pau dos críticos literários brasileiros. E sempre sucesso. Lembro de uma foto do então presidente americano Bill Clinton com um exemplar em inglês do Alquimista, a França o condecorou com um cobiçado título por sua contribuição às artes e as moças instruídas do Irã faziam filas quilométricas para conquistar um autógrafo do escritor em suas visitas ao país. Bem verdade que por lá a sua imagem anda em baixa. Enfim, Paulo Coelho acabou virando um imortal da Academia Brasileira de Letras. Como esta suprema entidade literária do país já aceitou talentos duvidosos como José Sarney e preteriu poetas do quilate de Mário Quintana, este não chega a ser um título inatacável.
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.