Meus impagáveis amigos Giuliano e Mariana me falaram de uma expressão magnífica que eu desconhecia por completo. Trata-se da “pessoa coxinha”. Coxinhas são aquelas criaturas obsessivamente esforçadas em parecer descoladas e de uma categoria, de gosto e consumo, bem acima da plebe rude. Um homem coxinha não leva seu carro para revisão, aguarda o funcionário da concessionária que virá buscar o seu Mini Cooper. Ele não se refere ao uso do tablet e sim ao seu i-Pad. Celular só se for i-Phone. Quando todos resolvem passar o revellion em Floripa, o coxinha já estará em Punta. Coxinha não faz poupança, compra ações e acompanha o índice da Nasdaq. Enfim, coxinha é o cara arrumadinho, isolado, cabelinho cheio de gel especial, sempre preocupado com segurança e que se vê diferente dos outros mortais. Muito melhor, é claro. Ao que tudo indica a expressão nasceu em São Paulo e aparece com as conotações atuais por cerca de uma década. É depreciativa desde as origens. Há susp
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.