Acabo de retornar do café com os amigos da catrefa, nome com que batizamos nosso heterogêneo grupo de convivas que diariamente comparece à divertida mesa do fumódromo, no térreo do prédio onde trabalho. Hoje discorríamos sobre um fato que é ao mesmo tempo trivial e intrigante, surgido por alguma razão que me foge à memória, que é a questão da imagem que vemos diante do espelho. Sérgio, André e Eu questionávamos se a imagem espelhada é idêntica a imagem vista por quem nos olha e, após inúmeras elocubrações e tantas incertezas, ficou evidente a dúvida que pairava sobre nossas melhores convicções sobre o evento. O esclarecimento começou a surgir após imaginarmos nossa própria imagem colocada diante de nós em duas versões: a imagem refletida no espelho e a imagem capturada em vídeo, exibida em uma tela grande ao lado do espelho. Veríamos a nossa imagem espelhada e outra capturada, ao mesmo tempo. E nos daríamos conta das incríveis diferenças entre as duas projeções. A começar pelo absurdo
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.