“O fim do termo saudade como um charme brasileiro de alguém sozinho a cismar”, esta frase é um dos diamantes da poesia de Belchior, o grande compositor nordestino recentemente guindado à mídia por estar desaparecido e logo encontrado no Uruguai, onde concedeu entrevista para imprensa anunciando um novo trabalho a caminho. Independentemente deste sumiço ter sido uma estratégia de marketing ou decorrência do acúmulo de problemas pessoais do autor, a obra de Belchior é muito respeitável. Entre tantas qualidades, ela retrata ângulos preciosos de diferentes faces deste sentimento que denominamos saudade. Em outra canção ele diz que “por força deste destino um tango argentino me vai bem melhor que um blues”, ou ainda, naquela letra imortalizada pela voz de Elis Regina “na parede da memória esta lembrança é o quadro que dói mais”. Sou um saudosista. Tenho saudade das fogueiras gigantescas que minha Escola Marista preparava para a Festa Junina, com a participação dos guris do colégio, que divi
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.