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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Cool

Outro dia li um artigo sobre o que significa esta coisa de ser cool neste alvorecer do terceiro milênio. O texto tinha um viés de intenção mercadológica sobre o tema, mas no fim das contas se tratava de uma leitura inteligente e divertida. Entre elas, a afirmação de que ser uma pessoa cool só interessa para adolescentes e jovens adultos, porque “o pessoal mais velho não se amofina muito com isso”. Segundo a autora, Adriana Baggio, definir cool já é, por si própria, uma atitude uncool. A coisa toda tem a ver com estilo pessoal, escolhas e mobilidade. É uma busca meio hedonista, semelhante aos dândis ingleses do século dezenove, com todo o aparato tecnológico da comunicação contemporânea. O gosto musical, os interesses de consumo e as afinidades culturais, tudo pode estar muito além da influência da família e do meio físico em que a pessoa se encontra. No livro “Sem logo – a tirania das marcas em um planeta vendido”, Naomi Klein mostra que algumas grandes marcas estão investindo na onda

Clara

Às vezes a vida se mostra mágica e bela. Foi assim com o nascimento da Clara, nesta primavera. E brincando de fazer poema, a Clara é morena, graúda e serena. Chegou bem esta menina, meio entediada e faminta, mas à vontade em seu novo ambiente. Filha de um casal de amigos muito especiais, a Clara entra em cena apenas um ano depois que seu pai teve que instalar uma válvula artificial no coração. Quando isto aconteceu, estávamos lá, a família e os amigos. Naqueles dias o pai da Clara mostrou sua gigantesca coragem e determinação, superando a todos nós em otimismo e confiança diante da cirurgia. E a vida se provou sábia. A Clara esta aí. Já nasceu popular. É a princesinha da galera e parece nem se importar com isto, só quer saber mesmo é de mamar e dormir. Nestes tempos em que ter um filho passou a ser uma escolha nem tão prática diante daquilo que a gente pretende fazer da vida, com as famílias da classe média minguando ano a ano, a Clara simboliza um ato de fé no futuro. Fico pensando co

Nelson Rodrigues

Estou nos labirintos finais do texto de O Anjo Pornográfico, a biografia de Nelson Rodrigues revista sob o olhar arguto do seu admirador Ruy Castro. Aliás, eu cheguei a óbvia conclusão de que a grande paixão do Ruy Castro é, na verdade, o Rio de Janeiro. Ele contou a história de Garrincha [A Estrela Solitária] e são os mágicos e trágicos momentos cariocas da vida do anjo das pernas tortas, que estabelecem a pontuação máxima da sua narrativa. Em Cármen o fenômeno se repete, pois a fase carioca da futura Pequena Notável se passa em um intenso caudal de cenas divertidas, às vezes nostálgicas, mas sempre maliciosas da Cidade Maravilhosa, no esplendor de 1930. E para coroar esta obviedade toda tem Ela é Carioca, que ainda não li. Enfim, Nelson Rodrigues lhe caiu como luva. O Rio de Janeiro e o jornalismo das décadas em que atuaram os maiores protagonistas do empreendimento jornalístico como seu pai Mário Rodrigues e, mais tarde, Roberto Marinho, Assis Chateaubriand e Samuel Wainer, tudo ist