Se me for solicitada a fala pública em algum futuro evento da Catrefa, refiro-me a mínima confraria de amigos fantásticos que a vida me proporcionou nas invernadas mais recentes deste meu meio século de existência, pedirei licença para ler o breve discurso que expresso a seguir. A Catrefa se provou um fenômeno raro nos dias atuais, marcados pelo culto ao individualismo e à competitividade. Na Catrefa estes aspectos não prosperam. Somos um grupo tão especial e distante das referências triviais de relacionamentos que me faz evocar a estrutura de convívio proposta no filme A Estranha Família de Antônia, produzido na Holanda e ganhador de um Oscar de Filme Estrangeiro. Assim como na película, a Catrefa acolhe o drama particular de cada integrante sem julgamento e com uma empatia digna de estudos mais avançados. O núcleo duro da Catrefa, menos de dez integrantes oficiais, já vivenciou a partida existencial da nossa querida madrinha, o luto do seu marido e filhos, a separação matrimonial da
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.