Hoje o dia amanheceu cinzento, frio e dominado por uma persistente chuva fina. Não é exagero dizer que a natureza estava expressando o sentimento das pessoas que privaram de alguma convivência com Avelina, que ontem partiu aos 59 anos ao fim de silenciosa guerra privada contra uma enfermidade insidiosa e cruel. Avelina era, sem dúvida, a anfitriã mais amada e gentil para os amigos da Catrefa, confraria sobre a qual costumo referir frequentemente neste blog. Sua risada contagiante fazia abrir um sorriso imediato em todos que gravitavam a sua volta, um traço peculiar da energia acolhedora desta brasileira nascida em São Borja com ascendência gaúcha e correntina. Na partida de Avelina estavam todos, familiares, parentes e amigos, consternados e atônitos com seu desaparecimento, mas os aplausos que irromperam no instante do seu sepultamento foram o tributo merecido ao brilho legítimo da sua corajosa e inspiradora maneira de viver. Avelina deixa dois filhos adultos e uma netinha ainda bebê,
Escrever é uma forma de fotografar a própria alma e ao ler a si próprio, depois, é possível que o autor nos cause grande estranheza.